Quando digo que sou uma pessoa de poucos amigos, quero dizer nenhum amigo.
Tenho muitos conhecidos, colegas, mas amigos... É como se tivessem morrido, todos. Se suicidaram aos poucos da minha vida, outros eu mesma teria matado.
Desde sempre, eu procurei em tudo a verdade, ou outras formas da verdade. No caso da amizade, respeito, honestidade, lealdade, sinceridade... Na profissão, a verdade em si. "...E aos mortos devemos a verdade."
Hoje, devo dizer que me cansei de tentar confiar nas pessoas, mas isso acontece à bastante tempo. Confio nas figuras imaginárias que eu mesma criei.
E por mais que seja de necessidade humana ter alguém em quem confiar, um amigo, eu me saio melhor sozinha do que mal acompanhada. Conheço muitos que pensam assim, porém poucos que atingiram o fundo do poço, o nada a perder para ter a prova física disso. Claro que novas feridas irão se formar, mas todas cicatrizam. Cicatrizes são o que mais tenho. Mas cicatrizar não quer dizer passar, esquecer, pelo contrário. Cicatrizar quer dizer ficar para sempre marcado em você, no fundo, você nunca esquece, nunca passa. Mas você sobrevive, ao menos.
É o que eu tenho feito, sobreviver.
E cada vez que penso nisso, é uma outra ferida que se abre, e é inevitável.
Às vezes penso que, de mergulhar tão fundo na procura pela verdade em todas as suas formas, eu acabei me afogando.
E essa é uma ferida que nunca cicatriza...

2 comments:

T said...

o pior são essas feridas que nunca cicatrizam. mesmo que a gente tente, e tente, elas sempre estão ali expostas a vento, chuva, sentimentos.
uma verdadeira porra!
saudade bon! :*

Sly said...

"Acho um pouco bom."