
Eu tenho problemas como qualquer um, mas tenho um em especial. Dizem que sou extremamente exigente, mas não acho que eu seja... o problema é que eu quero MUITAS coisas simples, sonhos, desejos, coisas pequenas e simples... por isso pareço exigente. Eu escrevo e escrevo muitas coisas aqui, eu falo muitas coisas, que parecem coisas pensadas, super importantes, mas pra mim nem são. São qualquer coisa que se passa em minha cabeça e eu sei lá porque resolvo compartilhar com as pessoas, e as pessoas não entendem, assim me achando uma pessoa super inteligente, que entende tudo de tudo e sempre tem super assuntos complexos... então além de exigente, eu pareço uma nerd que se diverte mais lendo livros e conversando com o avô do que saindo pra beber com amigos e ir pra balada. Okay, eu prefiro um bom livro e vou todos os dias na casa do meu avô pra assistir jornal e discutir sobre as matérias, conversar sobre coisas do passado dele e minha opinião sobre isso. Amigos... essa palavra me corrói às vezes. Afinal, o que são amigos? Aquelas pessoas com quem eu saía pra festas, enchia a cara na faixa graças à eles, sempre tinha onde ir, não importava onde fosse. Mas que estavam ocupadas demais fazendo o mesmo enquanto eu estava sozinha em casa triste da vida precisando de um ombro pra chorar. Que, por mais que não precisasse, estavam ocupados demais se divertindo em churrascos no sábado que meu pai morreu pra virem até minha casa dar os pêsames? Que preferiram continuar bebendo naquele bar na noite que minha mãe me ligou desesperada me pedindo pra voltar pra casa porque minha avó havia morrido e ninguém tinha avisado por um erro do hospital, e alguém precisava ficar com meu irmão e ir até a casa do meu avô contar pra ele, pois o hospital achou melhor avisar minha mãe antes...? É, amigos... belos amigos, Bo! Não. Meu amigo queria que eu largasse tudo o que eu estava fazendo pra ir contar pro meu avô porque achava que eu era a melhor pessoa pra isso, mas eu não era então pedi pra simplesmente ficar com ele, e ele ficou comigo. A primeira vez que eu abri a boca pra falar o que eu realmente senti em relação à morte de meu pai foi com meu amigo, que ao invés de me consolar, me deixou botar tudo pra fora e mesmo sem eu pedir, ele me deu naquele momento o que eu mais precisava, um pouco de silêncio. Meu amigo me deu algo que eu nunca tive... um Natal acompanhada de alguém que gosto, ele. Até então, passei todos os natais em casa sozinha no quarto assistindo o mesmo episódio antigo de The X-Files. Não me importo com datas comemorativas, na verdade não comemoro nada, nem mesmo meu aniversário, mas no fundo era algo que eu sempre quis, passar um Natal com alguém com quem me importo e que se importa comigo. Ele me deu isso. Meu amigo me ouviu quando precisei falar e eu o escutei quando ele precisou falar. Meu amigo me mostrou, sem querer nem perceber, que eu sou capaz de amar alguém de uma forma praticamente indescritível. Eu o amo como homem, como amigo, como irmão, como pai. Como a pessoa de quem eu sentiria saudade mesmo se não o conhecesse. Enfim. Essas coisas que escrevo, que dizem "nossa, você escreve muito bem!", não são nada além de palavras amontoadas que saem da minha cabeça diretamente pra cá, uma vez que não tenho diário, e como disse, parecem coisas pensadas, mas não é nada importante... mas enfim, as coisas que eu digo as vezes tem certa repercussão, mas e daí? Como digo pros Testemunhas de Jeová e pessoas do tipo que vem em minha casa encher o saco, não é o suficiente pra você saber que eu vou queimar no inferno? me deixa em paz...

4 comments:
Há um certo momento na vida em que se percebe que amizades limitadas não são propriamente amizades. É aí que só fica quem realmente vale a pena.
Acho um pouco bom.
Também acho...
"Amigos, essa palavra me corrói às vezes..."
Me corrói também, Bonnie. Vc nem imagina o quanto.
Clichêzão mas, amigos de verdade são poucos.
Poucos né, Gábis... só tenho um.
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