Eu ando pedindo demais de mim. Antes achei que fosse algum tipo de auto-cobrança, mas não é. É puro tédio, ócio e falta de vontade também. Isso sim estava pesando em mim e acabei me confundindo, pois andava confusa.
Não, não ando grossa e direta, eu sempre fui assim, só estava me escondendo dos outros porque assim me esconderia de mim, pensava eu, pelo menos. Não consegui me esconder de mim, não a essência. É aquela coisa que vive no nosso interior, no âmago do ser, a alma talvez. Não dá pra mudar isso ou se esconder dela, é pior que sombra... mesmo no escuro, ela continua lá com você.
Tanto tentei me esconder disso, de mim, que mais me perdia. Quando desisti de fugir, BOOM, cá estoy yo, tão bem como sempre estive, melhor que poderia estar - infeliz com a minha vida e com o que eu mesma fiz com ela, como sempre - ninguém à culpar, ninguém de quem me esconder.
E agora só o que tenho é dor nas costas, e que dor... céééuss.
E raiva... não de mim, claro, mas das pessoas, aí sim... raiva de quem prometeu estar lá quando eu precisasse e não estava. Não estava porque o mundo não gira ao meu redor, as pessoas tem suas vidas e seus problemas, e tem mais é que cuidar disso mesmo. E eu? E eu que me dane, eu digo.
Não vou dizer
"Eu não preciso de você, eu não preciso de ninguém!" porque é mentira, preciso sim.
Preciso de companhia às vezes, de um afago amigo, mas se não tenho, eu que me dane!
Às vezes tenho vontade de
apelar, se é que isso é apelar, dizendo pra alguém "Ah, você vai vir pra cá, é? Bom, qualquer coisa me liga... ou a gente se vê por aí né..." - E então eu fico à procura da pessoa onde ela estiver, sabendo que ela está lá, e quando a vejo, vou perto o suficiente pra que ela me veja e finjo que não a vi, até ela vir até mim. Isso é apelar por companhia? Se for, quase fiz isso, mas não o fiz.
Ah, enfim... estou só desabafando aqui, porque não tenho com quem conversar, e olha... por mais calada que eu seja, eu gosto de conversar. Por mais solitária que eu seja, gosto de alguma companhia às vezes. Como diria aquele esquizofrênico simpático que conheci à anos, nem me lembro seu nome, mas me lembro de seu rosto simpático e cheio de sinceridade,
"Sou só um ser humano, o que eu posso fazer? Sou só um ser humano... desculpa, mas sou só um ser humano!". Rapaz... ele vivia dizendo isso, pra tudo que dizia e fazia, seria mais hilário se ele não tivesse sido abandonado na casa de cuidados psiquiátricos pela família.
Mas enfim... é só isso por enquanto.

E aí... será que é isso? No fim das contas,
somos só seres humanos, o que podemos fazer?

2 comments:

Tatiana said...

Essa coisa de fugir de si mesma já me rendeu muitos problemas e alguns posts.
Quando a gente percebe que não tem jeito, é um sensação esquisita... de alívio, eu acho, misturado com uma certa decepção.

Só seres humanos. Tão complicados!

Sly said...

Pois é, só seres humanos, nada demais, nada de especial, só seres humanos.