Não consigo achar uma maneira de descrever isso, por mais que eu tente... eu sei que está guardado aqui dentro, mas tudo o que consigo fazer mesmo é esconder e evitar.
Mas no fundo, por mais que eu esconda, não consigo evitar de lembrar de tal coisa. Tudo o que eu queria mesmo é que isso desaparecesse... que pudesse ser apagado da minha memória.
Mas não adianta dizer do que se trata, afinal, o que você(seja quem for) poderia fazer se soubesse?

Tudo isso graças à uma música que ouvi, que me fez lembrar do que não queria, do que eu escondia de mim. Percebi depois de escuta-la que este acontecimento passado me gerou um certo trauma... um tipo de dor, raiva, ódio, medo, impotência, fragilidade; eu sentia tudo isso, ainda sinto, mas não sabia que tudo estava ligado à tal acontecimento.
Até que pensei, lembrei de cada detalhe, cada minuto, segundo, cada ação, cada toque daquilo... e um certo nojo me deu, um gosto horrível de vômito na boca... e toda aquela dor, raiva, todos aqueles sentimentos estavam ligados realmente à aquela noite que eu preferi esquecer, mas nunca realmente esqueci.
Talvez tenha sentido tudo isso durante todos esses anos porque resolvi deixar pra lá, esconder, e nunca contar à ninguém, nem mesmo para mim.
Era e ainda é tudo muito confuso dentro da minha cabeça, na minha memória(que ainda está bem viva em relação à isso), não sei se sei exatamente como lidar com isso, quando contei pra um amigo ele me disse pra esquecer, que era besteira eu ficar assim por isso, outra pessoa me disse o mesmo, "just let it go.", mas não dá... é como um assunto inacabado.
Mesmo depois de contar a tais pessoas de confiança, ainda sinto que estou sozinha nisso, só a gente sabe o que sente sobre algo que aconteceu conosco... a opinião de alguém de fora pode ajudar, mas tal pessoa não estava lá no seu lugar, não sente o que você sente... no fundo, nossos sentimentos são solitários, e é isso.
E é assim, sozinha, que eu tenho que "let it go". Mesmo sentindo que preciso de apoio, o apoio nada pode fazer para que isso desapareça.
E pra essas duas pessoas que me ouviram, à primeira principalmente, sinto muito se fui ignorante, fria, sarcástica e má em minhas palavras, não foi a intenção... mas só senti que não devia ter falado nada, porque continua a mesma coisa... só que depois de falar, e com detalhes, pareceu mais real, mais perto... como se tivesse acabado de acontecer, e já com certa consciência do tal acontecimento e de como agi no momento, depois e durante todos esses anos, até então, me senti mais que impotente, me senti mais que frágil, inútil.
É como uma caixinha de cristal... que eu te mostrei, abri, você viu o que tinha dentro mas não viu o que eu vejo. E não pôde consertar ela pra mim. Oras, nem eu consigo.
Mas enfim, eu vou seguindo em frente com isso, faz parte da minha vida, as piores partes também fazem, nos fazem mais forte, certo? Bom, não posso dizer que não aprendi com isso... talvez nem seja um trauma, e sim uma lição... pois nunca mais se repetiu. À pouco tempo, quando quase aconteceu novamente, eu não fui aquela garotinha frágil e boba... eu fui mais uma lutadora de boxe campeã.
E em situações similares, o "sexo frágil" foi colocado de lado e os instintos de alguém que se fortaleceu por dentro através do tempo veio à tona, e foi muito satisfatório.
Mesmo ainda tendo problemas com aquela situação lá, de lá atrás no tempo, que me deu um belo knockout, só agora eu vejo que me levantei e aprendi a ser mais forte.

Se tem uma frase que descreve isso, esta é:
"Eu estou em guerra com o meu mundo, mas estou vencendo."

O ano acabando... e como eu disse em algum post anterior, que ainda tinha muito pra acontecer e com o tempo eu ia postando tais coisas, esta é uma delas... não importa a minha situação atual, nem o amanhã, eu estou sempre vencendo. E é assim que vai ser sempre.
Meu final pode não ser feliz, mas vai ser de salto alto.

1 comment:

T said...

é bon, não sei como, nem porque, mas a gente se entende, e quase q pude sentir todo esse sentimento.
Beijos gacta.