Nada, esquece.

"Você salvou a minha vida, sim. Várias vezes.
Você me manteve de pé. Me tornou completa.
Eu devo tudo à você... Você não me deve nada.
Eu não quero fazer isso sozinha, nem mesmo sei se posso.
E se eu desistir agora, eles vencem. E eu não posso fazer isso com você."

Todos temos(ou deveríamos ter) alguém com quem contar nos momentos de mais necessidade. Um amigo, um amor, um pai ou mãe, um irmão, um animal de estimação, um completo estranho.
Todos temos a necessidade de ter alguém em quem confiar nossos segredos, ânsias, alegrias, felicidades. Afinal, é chato guardar para si.
Não só chato... é solitário, deprimente.
Quem diz que "não precisa de ninguém" mente. Sim, mente.
Mente porque ninguém gosta de se sentir triste, de chorar sozinho, abraçar o travesseiro que não tem palavras pra te consolar, quem vai dizer que tudo vai ficar bem, discutir seus problemas com o ator do filme que está passando na TV, dar um soco no próprio estômago.
Gritar de alegria pela casa, e olhar ao redor e ver a mesa e as cadeiras, as paredes, o tapete, imóveis e cheio de silêncio.
Não ter aquele que sentirá orgulho de seu grande feito, que vai afirmar que sabia que tudo daria certo.

A maioria das pessoas sentem a necessidade de ter várias pessoas ao seu redor, pessoas que consideram amigos, mesmo que não sejam, para que quando precisarem, então, terão aquele de seu lado. Aquele que não se importa, mas está lá; é isso que importa. (?)

Quando você sente o descaso desses por você e seus sentimentos, que ele só está lá porque você o procurou, e não porque para ele isso é importante, uma das alternativas é se fechar.
Se fechar para as pessoas, para o mundo.
E então, quase que mágicamente, essas pessoas desaparecem. Até que você liga um dia e ela diz: "você sumiu!".
Mas você não sumiu... você continuou no mesmo lugar de sempre, certo? Mesmo nome e sobrenome, endereço, telefone.
Você, na verdade, nunca existiu.
Porque assim como você precisava de pessoas ao seu redor por conveniência, eles também. E você era só mais um.
E então vem o vazio. Áh, o vazio!
Você tenta fugir dele, mas ele está dentro de você, se torna seu demônio interior, mas desta vez... você pode vê-lo e senti-lo.
E no meio da multidão, será que alguém realmente se importou com você? Pensava em você? Sentia por você?
Não. Essa pessoa sentia por você sem que ao menos você percebesse, não olhava pra você, via você. Não ouvia você, escutava você. Mas ele não era ninguém. Então você se esqueceu dele.
Agora você está sozinho, parabéns, você é humano. Podre e vazio, pois jogou fora a coisa mais preciosa, talvez, que você pudesse ter na vida.

Mas isso tudo é claramente óbvio.
Então, retrocedendo, multidão... Tenha a sua.
Seus amigos que sempre estarão lá pra beber com você, pra discutir coisas da vida que não vão levar à lugar algum com você, pra completar seu vazio que ainda não sabe que existe, conscientemente.
Tenha seus amigos, sua vida social, seu fígado, sua faculdade, seu namorado, seu trabalho, seu marido, seus filhos, sua promoção na empresa, suas bodas de prata, sua menopausa, sua aposentadoria, seus netos e sua morte tranqüila e morra feliz ever after.

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