A música que me acompanha a cada momento

Sinto-me doente.

Não sei se foi o remédio que tomei, o banho, o frio, não ter comido nada ainda (20:13) ou a voz da Loreena.

Essas músicas...

Tenho um pesado fardo a carregar, minha cruz, meu demônio interior...

Fardo que eu escolhi carregar pro resto da vida, algo pelo qual eu vou sofrer não só a vida inteira, mas todos os dias... Todo o tempo.

Ninguém sabe como é, nem mesmo quem carrega um sofrimento como este, nem mesmo quem aparentemente o divide comigo.

Cada sofrimento é único, íntimo, pessoal. Vem lá do âmago de cada ser.

Ele é só seu, só você pode saber o que fazer com ele... Tentar esquecer, passar por cima, colocar de lado ou senti-lo.

E somente o ser pode escolher como senti-lo. E eu sinto tudo... Principalmente a dor.

É aquela velha sensação de estar no lugar mais lindo do mundo, onde desejou a vida inteira estar, e mesmo assim se sentir no lugar errado.

Procurar por algo que não está em lugar algum.

É não conseguir me lembrar do ultimo olhar, por mais que eu tente.

E eu tento... Tento todos os dias da minha vida me lembrar daquele ultimo momento, o que eu estava pensando, sentindo... O que se passava por sua cabeça.

É me lembrar do sorriso em cada momento oportuno.

É o desejo de lhe mostrar o mundo aí fora.

É o perfume que eu ainda consigo sentir.

É a dor no peito e a falta de ar,

A garganta que se fecha e o corpo que estremece.

É não sentir que a vida vem em vão.

É perder o fôlego e escutar seu próprio coração como se ele batesse do lado de fora.

É sentir a areia nos meus pés, a brisa gelada tocando meu corpo nu enquanto danço desvairadamente e sem parar a mesma música sob a luz da Lua Cheia.

É segurar o vento e dar um nó na água.

Querer, sem querer.

É odiar seus piores defeitos, pois são os meus também.

É fingir que está tudo bem, combater a solidão com sorrisos falsos.

Também queria mostrá-lo pro mundo inteiro.

É aprender e também ensinar.

É saber que se fosse ao contrário, seria assim, simples assim.

É rir por desespero.

É sangrar por saudade.

É chorar até atingir um estado de torpor.

É aquilo que os olhos não vêem, mas principalmente, é aquilo que as palavras não podem descrever.

É aquilo que fez o tempo parar.

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