
Silêncio, paz... Quem não gosta, não precisa disso, não é?
Em muitas casas, principalmente repúblicas e no Lago tem sempre pessoas fazendo festas, churrascos, ou simplesmente ouvindo música (alta, que causa reclamações), conversando (alto, que causa reclamações) e também bebendo (o que causa o aumento do som e da voz, e causa reclamações também, claro).
Isso é extremamente comum em qualquer cidade e está se tornando cada vez mais freqüente em Garça também.
A cidade está crescendo e isso não passa de uma das muitas conseqüências desse crescimento.
É claro que existe um abuso da parte desses, mas que jovem não gosta de se divertir? E é assim que muitos gostam.
É bom se divertir, e quando algo é bom geralmente fazemos de tudo para prolongar o prazer que isso nos traz.
A maioria das pessoas trabalha nos dias úteis e usam o final de semana para descansar, outros estudam e no final de semana aproveitam para se divertir, bagunçar e fazer aquilo que vão contar para os netos (ou não), e muitas vezes fazem isso durante a semana também.
Mas me diz, ter que ter um dia em especial (final de semana) e um jeito “certo” para poder curtir a vida a sua maneira? No meu ponto de vista é como ter que marcar um horário para ser feliz.
É claro que isso tudo incomoda muita gente, desde festas e o som alto, os carros que passam com o som estourando (quem esta lá dentro mesmo mau escuta), e os muitos carros que param no lago para a famosa “disputa de som” (pra quem mora lá perto é realmente terrível), pessoas que passam durante a madrugada na frente de nossas casas gritando feito loucas, seja a pé ou de carro, os carros buzinando, fogos de artifício e pessoas gritando em dia de jogo, até os cães que quando começam a latir não param mais e as crianças chatas que fazem aquilo que... Bem, todos já fizeram pelo menos uma vez na vida, que é apertar a campainha e sair correndo.
Tudo incomoda, em qualquer lugar sempre vai ter alguém aborrecido com algo que está acontecendo, principalmente se este não estiver participando.
E parece que aqui em Garça o que mais incomoda é a perturbação do sossego. É claro, um som alto demais é prejudicial à saúde, mas essas mesmas pessoas que reclamam disso não se preocupam com o cigarro que fumam ou com aquilo que comem, que também faz muito mal a saúde? Parece até implicância.
Enfim, ainda assim o que mais encontro quando saio pra andar a noite aqui é silêncio e sossego.
Os apelidos carinhosos dados à Garça por muitas pessoas, por exemplo “Cidade fantasma” ou “Cidade morta” não são à-toa.
As opções para sair a noite aqui e se divertir são extremamente limitadas, principalmente em relação a clubes e bares, noites em bares que nem todos podem bancar, e festas nos clubes que quando tem nem sempre o estilo das músicas é de agrado geral. O jeito acaba sendo encontrar um lugar (casas, repúblicas ou o Lago mesmo) para juntar a galera, ouvir um som e curtir um pouco, ao invés de voltar pra casa e assistir TV ou dormir como se tivessem 60 anos de idade e já tivessem aproveitado bastante a vida e agora precisassem descansar. Bom, a vida é agora e não deve ser desperdiçada em um sofá ou assistindo a vida dos outros em novelas.
Mas muitas pessoas fazem diferente, vão para cidades na região onde pelo menos tem bastante opções do que fazer.
Mas ainda assim o que eu mais ouço as pessoas dizerem sobre Garça são coisas do tipo: “não vem pra cá, se quer se divertir vai pra qualquer outro lugar!”.
Que beleza, hein!
De qualquer forma tem pessoas que vem pra cá para visitar parentes e descansar, alguns saem, mas como as opções aqui ainda são poucas, acabam em alguma “festa alternativa”.
E querem diminuir isso (ou acabar com isso, o que pode muito bem acontecer).
Bom, o que eu sei é que Garça cada vez mais faz jus à “Garça, cidade para crianças e idosos”.
Bela evolução, a cidade vai crescendo, mas as pessoas continuam pensando pequeno.
Parabéns, Garça!
“Faz o que quiseres que tudo deve ser da lei. Todo homem ou mulher é um indivíduo único e tem direito a viver como quiser”. (Aleister Crowley, filósofo Inglês).

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