Após ler e reler um texto de Shakespeare, comecei a pensar sobre essas pessoas que por algum motivo eu considero ou me parecem "maiores" do que outras.
Pessoas "iguais", de atitudes, interesses, pensamentos, ideais, voz e presença semelhantes.
Alguém que ao meu ver parece menos insignificante e mesquinho do que outro porque em algum momento resolveu ser "legal".
Alguém que, por exemplo, me deu todos os motivos possíveis para odiá-lo, mas que por alguma razão eu optei por não odiar. O mesmo alguém que me trata feito lixo, mas que age diferente por alguns instantes porque acha que isso vai compensar. E não é que acaba "compensando" mesmo?
E alguém que me trata bem, como um ser humano, pra quem eu resolvi não dar muita atenção, a não ser a algum pequeno erro cometido pelo mesmo, que se torna grande motivo para ódio e desprezo.
Pessoas aparentemente muito diferentes uma das outras, mas que quando observadas mais de perto se revelam parecidas. Pessoas neutras, mas que se tornam boas ou más dependendo de uma única atitude, por mais ínfima que seja. É.
Quem é bom e quem é mau, afinal?
Quem pode dizer quem é bom e quem é mau?
As pessoas são boas ou más somente à nossa visão, quem decide isso somos nós.
No final das contas, as pessoas são só pessoas.
Questão de Opinião

Silêncio, paz... Quem não gosta, não precisa disso, não é?
Em muitas casas, principalmente repúblicas e no Lago tem sempre pessoas fazendo festas, churrascos, ou simplesmente ouvindo música (alta, que causa reclamações), conversando (alto, que causa reclamações) e também bebendo (o que causa o aumento do som e da voz, e causa reclamações também, claro).
Isso é extremamente comum em qualquer cidade e está se tornando cada vez mais freqüente em Garça também.
A cidade está crescendo e isso não passa de uma das muitas conseqüências desse crescimento.
É claro que existe um abuso da parte desses, mas que jovem não gosta de se divertir? E é assim que muitos gostam.
É bom se divertir, e quando algo é bom geralmente fazemos de tudo para prolongar o prazer que isso nos traz.
A maioria das pessoas trabalha nos dias úteis e usam o final de semana para descansar, outros estudam e no final de semana aproveitam para se divertir, bagunçar e fazer aquilo que vão contar para os netos (ou não), e muitas vezes fazem isso durante a semana também.
Mas me diz, ter que ter um dia em especial (final de semana) e um jeito “certo” para poder curtir a vida a sua maneira? No meu ponto de vista é como ter que marcar um horário para ser feliz.
É claro que isso tudo incomoda muita gente, desde festas e o som alto, os carros que passam com o som estourando (quem esta lá dentro mesmo mau escuta), e os muitos carros que param no lago para a famosa “disputa de som” (pra quem mora lá perto é realmente terrível), pessoas que passam durante a madrugada na frente de nossas casas gritando feito loucas, seja a pé ou de carro, os carros buzinando, fogos de artifício e pessoas gritando em dia de jogo, até os cães que quando começam a latir não param mais e as crianças chatas que fazem aquilo que... Bem, todos já fizeram pelo menos uma vez na vida, que é apertar a campainha e sair correndo.
Tudo incomoda, em qualquer lugar sempre vai ter alguém aborrecido com algo que está acontecendo, principalmente se este não estiver participando.
E parece que aqui em Garça o que mais incomoda é a perturbação do sossego. É claro, um som alto demais é prejudicial à saúde, mas essas mesmas pessoas que reclamam disso não se preocupam com o cigarro que fumam ou com aquilo que comem, que também faz muito mal a saúde? Parece até implicância.
Enfim, ainda assim o que mais encontro quando saio pra andar a noite aqui é silêncio e sossego.
Os apelidos carinhosos dados à Garça por muitas pessoas, por exemplo “Cidade fantasma” ou “Cidade morta” não são à-toa.
As opções para sair a noite aqui e se divertir são extremamente limitadas, principalmente em relação a clubes e bares, noites em bares que nem todos podem bancar, e festas nos clubes que quando tem nem sempre o estilo das músicas é de agrado geral. O jeito acaba sendo encontrar um lugar (casas, repúblicas ou o Lago mesmo) para juntar a galera, ouvir um som e curtir um pouco, ao invés de voltar pra casa e assistir TV ou dormir como se tivessem 60 anos de idade e já tivessem aproveitado bastante a vida e agora precisassem descansar. Bom, a vida é agora e não deve ser desperdiçada em um sofá ou assistindo a vida dos outros em novelas.
Mas muitas pessoas fazem diferente, vão para cidades na região onde pelo menos tem bastante opções do que fazer.
Mas ainda assim o que eu mais ouço as pessoas dizerem sobre Garça são coisas do tipo: “não vem pra cá, se quer se divertir vai pra qualquer outro lugar!”.
Que beleza, hein!
De qualquer forma tem pessoas que vem pra cá para visitar parentes e descansar, alguns saem, mas como as opções aqui ainda são poucas, acabam em alguma “festa alternativa”.
E querem diminuir isso (ou acabar com isso, o que pode muito bem acontecer).
Bom, o que eu sei é que Garça cada vez mais faz jus à “Garça, cidade para crianças e idosos”.
Bela evolução, a cidade vai crescendo, mas as pessoas continuam pensando pequeno.
Parabéns, Garça!
“Faz o que quiseres que tudo deve ser da lei. Todo homem ou mulher é um indivíduo único e tem direito a viver como quiser”. (Aleister Crowley, filósofo Inglês).
A fumaça do café quente, a fumaça de seu cigarro...
A brasa queimando e o tempo passando...
Palavras surgindo no papel, assim como a quantidade de cinzas no seu cinzeiro aumenta...
O café esfriando, sempre sobra um pouco...
A brasa continua queimando...
As palavras somem... e surgem novamente do nada...
Não existe inspiração não existem motivos...
São só palavras...
E silêncio... um silêncio tão profundo que chega a sussurrar...
Feche os olhos e preste atenção...
São palavras sábias que você não pode ouvir... Elas penetram em você...
E você sente... uma sensação que só o próprio silêncio pode descrever...
O estômago embrulhado, o café gelado... outro cigarro
O barulho do fósforo acendendo...
O som da brasa queimando...
O sons da noite... a fumaça saindo de sua boca...
Preste atenção:
Silêncio.
