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Se fosse usar uma única palavra pra descrever todos aqueles anos, ousaria dizer que a palavra é "Crime".
Sim, aqueles anos todos, cometendo o mesmo crime, me julgando inocente, sem ao menos imaginar a gravidade dos meus atos. Um crime banal pelo qual vou pagar com a vida; os anos, os meses, os dias, cada instante, por toda a vida.
Uma sensação agonizante que faz meus olhos arderem, seca a garganta, aperta o pescoço, acerta o peito, soca o estômago, faz os braços tremerem, paralisa as pernas e dói em lugares que eu nem sabia que existiam.
Como se eu estivesse sozinha, mas ao mesmo tempo sentindo uma presença fraca, porém tão presente que eu quase posso toca-la.
Correndo em um quarto escuro, dando voltas sem fim; gritando em um silêncio cheio de vozes, que nunca me deixam.
A dor de estar sentada sozinha no lugar mais bonito, no sonho mais real, com o sol mais brilhante e a lua mais cheia, as arvores mais verdes, a areia mais macia e o ar mais puro, os rios mais limpos e o céu mais azul; eternamente, solitária.
Não importa aonde eu vá, o mais rápido que eu corra ou o mais alto que eu possa voar, isso sempre estará comigo.
Sabe quando você está sozinho, e sente que alguém se aproxima, mas quando você olha pra trás percebe que está sozinho? Ou quando você escuta seu nome enquanto anda por aquela rua vazia e escura, e quando procura por alguém... simplesmente não tem ninguém?
Ninguém... só um frio que te corta a espinha, te causa calafrios e por algum motivo faz seus olhos lacrimejarem. Faz você se sentir uma criança indefesa e perdida, em meio a um vazio quase que sem fim. Um vazio onde o mínimo de vida é o suficiente pra te trazer paz, alegria ou ao menos conforto.
Não importa o quanto eu tente, vai ser assim até o meu ultimo suspiro, meu ultimo instante de vida.
Eu sou a vitima do meu próprio crime.

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